ARRAIA NO CORDEL
Nando Poeta
Atenção dama, cavalheiro
Vamos formar a fileira
Cada um de frente ao outro
Cumprimentando a parceira
Balançando os esqueletos
Não pode sentir canseira.
Seja homem ou mulher
Faz o mesmo movimento
A dama, o cavaleiro
Vão trocando o cumprimento
Levanta a barra da saia
Vai fazendo assanhamento.
Cavalheiros de mãos dadas
Dirigem-se, vão para o centro
As damas fazendo o mesmo
Nessa dança fica dentro
Girando, levanta os braços
Nesse passo me concentro.
Preparar para o passeio
Os casais se balançando
Dá à mão direita a dama
Em circulo vão passeando
Alguns aproveitam a onda
E sai até namorando.
Cavalheiro vão à frente
Passando a dama seguinte
Com prazer de conhecê-las
Por dez volta, ou até vinte
Retornando pra seu par
Sai um beijo de requinte.
Agora vamos de novo
Trocando de cavalheiro
Cada dama vai passar
Até chegar ao parceiro
Chegando faz balancê
Arrocha, e enche de cheiro.
De mãos dadas forma um túnel
Os casais formando um arco
Caminhando vão em fila
Todos nesse mesmo barco
Por baixo, dentro passando
Nessa brincadeira embarco.
De novo um grande circulo
Anavantur vamos chamar
A dama e o cavalheiro
De parceiro vão trocar
Conclui-se a brincadeira
Quando por todos passar.
No caminho, olha a cobra
Olha a chuva, a roubalheira
Político melando a mão
Fazendo grande sujeira
As promessas de campanha
É um prato de besteira.
É mentira, é mentira
Passando vai o perigo
Damas e cavalheiros
Procurar vão outro abrigo
Era um alarme falso
Dá meia volta e prossigo
Todo mundo em uma fila
Seguindo na caminhada
Para, faz o balancê
Não cansa de dar rodada
Levando ao caminho da roça
É o ponto de chegada.
Em uma fileira única
Quem ta primeira na fila
Fazendo vai caracol
E ver se nunca cochila
E nessa pisada louca
Olhando pela pupila.
Saindo do caracol
Agora é a grande roda
Vamos todos de mãos dadas
Brincar nunca incomoda
Um circulo só com as damas
E rapaz não se acomoda.
Coroar vai às damas
Em sua cabeça a mão
Enlaça sua cintura
No ritmo da marcação
De um lado para outro
Mudando de posição.
Coroar o cavalheiro
Agora é vez da dama
Atracada na cintura
Pro seu corpo ela chama
Acompanha o chamado
Desse marcador de fama.
Fazendo vão duas rodas
As damas levantam o braço
Cavalheiros fazem o mesmo
Sem ter nenhum embaraço
Uma roda gira a direita
A outra o inverso, desfaço.
Prepare agora o galope
De ponta-a-ponta pulando
Assim faz a despedida
Por público vai acenando
Sanfona,bumbo,triangulo
Na festa o trio animando.
